08 março, 2010

Acampar é Viver! - São Francisco de Paula

"Só haviam os sons da natureza (pássaros, insetos e um som de água corrente) além dos nossos, que eram poucos e baixos, como se fosse um "sacrilégio" romper com a harmonia do local."


Interrompendo um pouco os posts sobre Júlio César que estão se tornando mais trabalhosos do que eu havia imaginado, resolvi fazer uma pausa.


E que pausa!


No último final de semana, contrariando todos os prognósticos do tempo, fui acampar.


Minha namorada, eu, algumas mochilas/bolsas e um destino: "Parque das 8 Cachoeiras" em São Francisco de Paula.


Foi meu primeiro camping "à dois", eu já curtia muito acampar, faz parte das melhores lembranças da minha infância, mas sempre com a família.
Se acampar já era bom, com a companhia certa, eu diria que é perfeito.


Vou me permitir elogiar sem pudor minha namorada, a melhor pessoa do mundo para se estar num camping (ou qualquer outro lugar), sem reclamações, sem frescuras, sem "neuras", pelo contrário, no rosto dela eu via uma alegria maior ou igual a minha por estar naquele lugar, companheira mesmo, pra qualquer "indiada".


O local não podia ser melhor, um paraíso para campistas, ótima infra-estrutura, com chuveiros à gás, iluminação, energia, geladeira e churrasqueiras, limpeza impecável. E além disso, A NATUREZA.


Eu sempre posto por aqui de maneira mais "jornalística" eu diria, expondo locais, opiniões, conceitos. Este vai ser um pouco diferente, já que eu vivi todos os momentos que cercam o post, acho justo que seja algo mais intimista que o de costume:


Sábado - das 06:00 às 06:40 AM
Estávamos na parada de ônibus, em frente ao Shopping do Vale em Cachoeirinha, esperando a linha "Porto Alegre/São Francisco". Duas considerações relevantes.
1ª - Esperar ônibus intermunicipal não é legal, pois a gente nunca sabe a que horas ele pode passar. Ao pegar o ônibus no caminho, não se pode guardar as malas no bagageiro, tendo que subir com todas elas naquele espaço minúsculos dos corredores do ônibus. Solução: Pegar o ônibus na rodoviária de origem mais próxima, nesse caso, Rodoviária de Porto Alegre.
2ª - Sábado, entre 5 e 7 horas da manhã, tu fica sujeito na rua aos famosos "fim de festa", aquele povo embriagado em carros e paradas de ônibus, que fez a festa na noite anterior e que aproveita essa hora para encher a paciência alheia. Solução: Igual a anterior.


06:40 às 09:00 AM
A viagem foi bem tranquila, estávamos com bastante sono, dormimos boa parte do caminho, só acordando pra ver a paisagem da Serra Gaúcha.


09:00 às 09:20 AM
Já na cidade de São Francisco, pegamos um Táxi no ponto próximo a Rodoviária. O motorista nos cobrou R$ 20,00 para um trajeto de 5km aproximadamente, achei caro, mas sem outra opção, fomos para o parque.


Só o caminho até o Parque a viagem já valeu à pena, pela paisagem, ar puro, tranquilidade e verde de todos os lados, poderia voltar daquele ponto que já teria ganho o fim de semana. Mas ainda tinha muito por vir.


Chegando no parque, descobrimos que eles tinham uma espécie de convênio com um taxista, que cobrava 13/15 reais pelo mesmo trajeto, isso nos lembra que é sempre bom fazer contato com o local de hospedagem antes de iniciar a viagem.


Depois de acertar os detalhes na recepção do parque, fomos levados até a área do camping por um dos funcionários, ele explicou o funcionamento geral das coisas e nos deixou. Somente sozinhos nos demos conta de onde realmente estávamos. Entre 4 montanhas verdes gigantes, sem nenhuma visão de civilização, nem sequer antenas de celular ou torres de energia, a sensação poderia ser de pânico em meio disto, mas pelo contrário, foi de uma paz inenarrável. Só haviam os sons da natureza (pássaros, insetos e um som de água corrente) além dos nossos, que eram poucos e baixos, como se fosse um "sacrilégio" romper com a harmonia do local.


09:30 às 10:00
Uns 10 minutos depois, quando as "caras de bobo" haviam se dissipado, passamos as coisas práticas, escolher o local e montar o acampamento. Tudo muito simples, uma barraca Igloo, um Colchão inflável, roupas e cobertores foram organizados em mais ou menos meia hora, e no fim, nossa situação era esta:


Clique na imagem para ampliar


Montamos uma pequena mochila com as carteiras, celulares, água, óculos, toalha, e repelente para iniciarmos a caminhada.



Clique na imagem para ampliar

Próximo ao acampamento, encontramos uma placa no início do que parecia ser uma trilha. Dizia assim: "FALTAM 50 METROS". Sem muito o que pensar, descemos em meio à vegetação. Em 5 minutos de descida, encontramos a justificativa para o som de água corrente no camping, estávamos no Topo da Cachoeira do Remanso.







Com uma queda d'água de aproximadamente 25 metros (um prédio de 8 andares) essa cachoeira fica ao lado do camping, a água é cristalina e fria, o barulho da água e a vista da queda são espetaculares.

Após uns 30 minutos apreciando a paisagem, voltamos às trilhas, dessa vez para uma bem maior, a trilha para a Cachoeira da Ronda.

Bem diferente da outra, essa trilha foi mais complicada, com aclives, declives, troncos, pedras e barro, demoramos cerca de uma hora para percorrer 450 metros, do total de 500, infelizmente, nos últimos 50 tivemos que retornar, chegamos a um ponto de travessia do córrego, que teria que ser feito sobre as pedras devido as últimas chuvas terem aumentado um pouco o nível da água. Nossos calçados e condição física não nos permitiram ir além, uma decisão sábia eu diria, conhecer os próprios limites é sempre bom. Mas ficou a promessa de retornar, com melhor preparo, e vencer o final da trilha.



Voltando da trilha da Ronda, fomos até a sede do parque para almoçar.
Após o almoço, como o tempo apresenta-se sinais de chuva, decidimos descansar um pouco na barraca.




Com a chuva, acabamos adormecendo, no fim da tarde, a chuva havia desaparecido e um belo pôr-do-sol se apresentou.



Sem sol a temperatura despencou, com uma noite fria de céu claro e lua, prometendo um ótimo domingo, fizemos um lanche e fomos dormir pra acordar bem cedo no dia seguinte para mais trilhas.

No dia seguinte, acordamos as 05:30, com chuva fraca e nossa idéia de trilhas ao amanhecer se esvaindo pouco a pouco. Conferi de hora em hora o tempo, até concluir lá pelas 10:30 que a chuva não ia parar. 

Como o fim de semana já tinha sido muito gratificante, resolvemos levantar acampamento e retornar à capital, pois minha namorada ainda trabalharia neste mesmo dia.

Foi com o espírito leve que nos despedimos do parque, com a certeza de que voltaríamos para conhecer o restante das trilhas e vencer aquele obstáculo em particular.

De saldo, nos restam ótimas lembranças, diversas fotos, boas risadas e um laço de companheirismo ainda maior do que antes.

Fica a dica para quem curte esse tipo de passeio, o gasto não é pequeno, mas torna-se irrelevante diante da beleza natural, calma, tranquilidade e paz que o lugar proporciona a qualquer pessoa que saiba desfrutar dos pequenos prazeres da vida.

Como diria uma famosa operadora de cartões de crédito - "Tem coisas que o dinheiro não compra".

Informações

Local/hospedagem
R$ 18,00 por pessoa no camping.

Transporte
De Porto Alegre à São Francisco de PaulaEmpresa Citral
Diversos Horários
de R$ 15,00 a R$ 20,00 por pessoa aproximadamente.

E até o fim desta semana, pretendo finalizar o segundo post sobre o imperador Júlio César.

Até a próxima. Se Darwin quiser.

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